Por: Josaine Airoldi
Numa certa madrugada fria de primavera…
Show acontecendo agendado com muita antecedência.
Tudo transcorrendo dentro da normalidade…
De repente…
– Fechem imediatamente esse bar – um deles diz em alto e bom som – está faltando o alvará.
A música para.
Trazem um documento, afinal eles são a lei.
-.Como assim? – Uns perguntam – observando incrédulos o que está acontecendo.
Outros estão em outra vibe, continuam bebendo, fumando, conversando…
Há aqueles que se manifestam a favor dos meninos que estão apenas trazendo um pouco de vida cultural a Imbé.
O caos está instaurado.
Um cliente sobe no palco.
Profere duras palavras contra os que acham que estão munidos de razão.
Vendo a cena, um deles também quer fazer uso da palavra.
Tenta – à força – tomar o microfone.
Não consegue.
Afinal, ali, é um espaço democrático, mas nem tanto.
Alguém comenta que há 4 viaturas na rua.
Outro observa que – no meio da escuridão – há uma mulher dentro de um dos carros, que não pertence a nenhum dos dois segmentos, atenta a tudo.
Mostram-se todos os documentos expedidos por todos os órgãos competentes, conforme exigido.
Não querem olhar.
Estão lá para cumprirem uma ordem.
É o que irão fazer.
Não interessa a eles nenhum argumento e nem nada que indique que tal arbitrariedade não será aceita.
Apesar disso, um deles confidencia que há exageros, mas…
Uma cliente passa mal.
O marido pede ajuda.
Uma desconhecida a socorre.
Tentam sair.
São barrados: precisam provar que pagaram. O homem explica, então, que alguém está fazendo isso. Tinham ido conhecer o bar com um casal de amigos. Estavam esperando o lanche e curtindo a boa música quando tudo começou…
O clima fica cada vez mais tenso.
Um cliente é preso: desacato.
O representante da lei e da ordem não tolera desaforos, ainda mais de quem o impediu de dar seu depoimento sobre o ocorrido.
Aos poucos os clientes vão embora, reclamando do absurdo que está acontecendo.
Frank Jorge, promete voltar em outra ocasião, uma vez que não pode concluir sua apresentação.
O dia está amanhecendo, há muito a ser feito…
As portas se fecham, enfim.